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13 de setembro de 2017

«300 ANOS DE MAÇONARIA | SÍMBOLOS E RITOS 1717 - 2017»




MAÇONARIA

Numa parede, fotografias de muitos dos cidadãos que constam da toponímia figueirense e nacional. Adiante, nomes de dezenas de instituições fundadas, dirigidas ou protegidas por maçons ou com forte implantação maçónica. 

E, claro, aventais, talvez o símbolo que os não maçons mais associam a uma organização que, diversas vezes perseguida ao longo da História e em múltiplos países, se mantém, se não já secreta, pelo menos ainda discreta. Há ainda faixas, insígnias, colares e jóias, o esquadro e o compasso, as romãs e o pelicano, a pedra bruta e a pedra cúbica, o significado do 3 e do triângulo. É toda uma linguagem simbólica, um universo de ritos e rituais que assinalam diferentes estágios da evolução pessoal ao serviço do colectivo, num caminho guiado pela divisa Liberdade Igualdade e Fraternidade.  

Com o objetivo de assinalar a efeméride dos 300 anos da Maçonaria - data da fundação, em Londres, da primeira Grande Loja - e de descodificar um pouco este cosmo, a Sala de Exposições Temporárias 1 do Museu Municipal Santos Rocha acolhe, até de 25 de Outubro de 2017, a exposição «300 ANOS DE MAÇONARIA | SÍMBOLOS E RITOS 1717 - 2017».

Para além da exposição, é com um catálogo profusamente ilustrado que a Figueira da Foz - berço de maçons como Manuel Fernandes Tomás, António dos Santos Rocha, João de Barros, Pedro Fernandes Tomás, Goltz de Carvalho, Gaspar de Lemos ou Joaquim de Carvalho, entre muitos outros -  evoca os 300 anos da fundação da Grande Loja de Inglaterra - “a primeira obediência universal”- e dá a conhecer uma das mais enigmáticas e controversas organizações mundiais.

No passado sábado, dia 9 de Setembro, a exposição, patente desde 5 de Agosto, foi oficialmente visitada pelo Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano, Fernando Lima, entre outros representantes de diversas lojas maçónicas de todo o país, incluindo da maçonaria feminina, também profundamente enraizada na Figueira da Foz.

Numa breve introdução à mostra, que integra a recriação à escala real de um templo maçónico, com todos os seus símbolos, o presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, João Ataíde, lembrou que a História da Figueira da Foz e a da Maçonaria portuguesa caminharam lado-a-lado em muitos momentos, mormente pela acção de homens como Santos Rocha, fundador do Museu Municipal, ou de Pedro Fernandes Tomás, que dá o nome à Biblioteca Municipal, que, actualmente, e à excepção do Museu Maçónico Português, estes dois equipamentos culturais figueirenses detêm um dos mais ricos e completos legados documentais, a que se alia um vasto espólio de insígnias e objectos, testemunho deste mundo secreto e discreto. 

«Esta é uma forma de combater alguma opacidade que subsiste e de dar a conhecer uma História que está fortemente ligada, por exemplo, ao surgimento de inúmeras das nossas instituições, incluindo associações de instrução e solidariedade, bem como a grande parte dos momentos de avanço e conquistas civilizacionais», disse o autarca. 

Exposição e catálogo foram vivamente elogiados por Fernando Lima, que saudou ainda a presença de representantes da Grande Loja Feminina de Portugal, que  está  também em destaque nesta mostra, com um conjunto de fotografias de Joshua Benoliel a evocar a condição da mulher portuguesa nos primórdios do Séc. XX, quando a maçonaria feminina começa a dar os primeiros passos, ainda sob tutela das lojas masculinas, em Lisboa - com a Loja Humanidade - e na Figueira da Foz, com a Loja 8 de Dezembro.

A exposição, que permite ao visitante vislumbrar a simbologia e a ritualística desta ancestral organização, está patente até 25 de Outubro de 2017, com entrada livre.




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