O Dia Internacional da Gaguez celebra-se a 22 de Outubro, uma data, que foi estabelecida em 1998, e visa mostrar as dificuldades, traumas e receios que as pessoas com gaguez enfrentam diariamente quando tentam comunicar com outras pessoas.
Estima-se que existam cerca de 100 mil gagos em Portugal e 68 milhões no mundo, sendo que este problema na fala afeta mais os homens do que as mulheres.
«A gaguez tem tratamento, recorrendo-se à ajuda especializada de terapeutas da fala. O melhor tratamento para a gaguez é, na verdade, falar. A pessoa com gaguez deve enfrentar os medos que sente quando mostra a sua gaguez. A confiança e auto estima são essenciais para conseguir assumir a dificuldade ao falar, sendo essencial que quem escuta colabore com a pessoa gaga, de forma a encorajá-la a exprimir-se. No entanto deve evitar-se completar as frases quando o gago está a falar».
A gaguez na infância é comum porque a criança pretende articular várias palavras ao mesmo tempo e tem muita avidez de falar. Daí que a gaguez na infância é passageira e deve ser lidada de forma calma e subtil pela família.
ACIP deixa 15 dicas para falar com pessoas que gaguejam através do seu site:
- Olhe para a criança enquanto ele fala consigo;
- Mostre interesse, valorizando o que ele tem para dizer e não só a forma como o faz;
- Não aconselhar a ter calma, a falar devagar, a estar à vontade;
- Aceite um certo nível de disfluência no discurso;
- Evite comentários como “tem calma e fala devagar”, “pensa antes de falar”, “espera até conseguires dizer”. Com estes pedidos estamos muitas vezes a tentar sugerir uma forma mais fácil de falar. No entanto, ele nem sempre é capaz de o fazer. Por outro lado, pode senti-los como uma crítica negativa à forma como fala;
- Esperar pacientemente que a pessoa com gaguez termine de falar e não se desconcentrar do conteúdo da mensagem;
- Não concluir frases ou palavras. Isso prejudica uma vez que nem sempre ajuda a pessoa, ou está de acordo com o que era para ser dito;
- Quando não se entende a mensagem é preferível pedir delicadamente para repetir o que havia dito a responder algo descontextualizado;
- Sirva de modelo, falando de forma lenta e descontraída. Poderá também ler para ele de uma forma relaxada;
- Controle as suas reacções: expressões de desagrado ou preocupação; suspiros; movimentos revelando stress, riso, etc. Procure agir do mesmo modo caso ele esteja a falar de forma fluente ou disfluente;
- Encoraje-o a falar frequentemente, mas não a obrigue a conversar caso ele não queira;
- Falar abertamente sobre a gaguez;
- Não o super proteja. Use a mesma disciplina como com qualquer outra criança;
- Promova a sua auto-confiança, reforçando-a por tudo aquilo que ele faz bem. Nas situações de fala reforce aquilo que ele diz e não a forma como o diz. A ausência de períodos disfluentes não deverá ser reforçada uma vez que estaremos a chamar a atenção para a mesma, criando-lhe mais responsabilidade em situações futuras de fala;
- Se a criança atravessa um período de grande disfluência proporcione-lhe experiências positivas de fala tais como canto, rimas, fala com ritmo, imitação de vozes, fantoches, sussurro, entre outros.
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